Educação

Em busca de alternativas

Escolas precisam se readaptar em momento de pandemia; os protocolos para reabertura devem ser anunciados na segunda

Reprodução -

Sem aulas desde o dia 19 março, em função da pandemia do novo coronavírus, as escolas públicas e privadas precisaram se readaptar para dar continuidade em suas atividades. Esta semana, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a devolução de R$ 54 milhões do seu orçamento para que os estudantes da rede estadual tenham acesso à internet e continuem aprendendo. No município, uma série de etapas que trabalha as emoções e atividades interdisciplinares já iniciaram. Porém, todas aguardam o comunicado sobre os protocolos de retorno que deverá ser anunciado na segunda-feira (18).

A titular da 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE), Alice Maria Szezepanski, diz que a medida aprovada ainda não foi tratada entre a Secretaria da Educação (Seduc) e a 5ª CRE, mas em breve deverá ocorrer uma reunião para discutir o assunto. Entretanto, a coordenadora garantiu que assim que houver esse retorno toda comunidade atendida pela 5ªCRE ficará sabendo. Quanto às atividades, a rede estadual entregou tarefas aos alunos e as escolas estão se adaptando conforme a sua realidade.

As escolas do município já começaram a se organizar para distribuir uma série de tarefas aos alunos. A Secretaria Municipal de Educação (Smed) fez um levantamento para saber a porcentagem de matriculados que têm acesso à internet. A intenção é que as atividades consigam ser enviadas a todos, porém os resultados mostraram que cerca de 20% dos alunos da zona rural e 30% na urbana - do ensino fundamental - não teriam como conectar à rede. “Mas também não podemos ignorar quem pode manter esse vínculo com a escola”, ponderou a diretora de ensino da Secretaria, Loreni Silva.

No último dia 22 ocorreu a primeira etapa do processo, que foram os círculos de construção de paz com as equipes diretivas. Em seguida, facilitadores começaram o trabalho com professores e funcionários. E é nessa fase que o Colégio Municipal Pelotense se encontra. Conforme explica a vice-diretora, Marta Inchauspe, já ocorreram 15 círculos. Neles, os servidores falam de si e compartilham sentimentos. “Estamos fazendo uma reaproximação”, explicou. Nesta sexta, ocorre o último círculo do educandário, que reunirá os funcionários.

As competências socioemocionais dos alunos

Temas como o retorno das aulas e as emoções nesse momento de pandemia são algumas das pautas tratadas. O meio que chega essas informações fica a critério de cada escola. “Cada uma analisou como reunir mais alunos”, explicou Loreni. Grupo em redes sociais e no whatsapp são as formas mais adotadas. Na escola de ensino fundamental Luiz Augusto de Assumpção, no Balneário dos Prazeres a troca entre alunos e professores já está acontecendo. Por lá, os professores se dividiram em duplas para atender os estudantes que foram reunidos em grupos fechados do facebook. Os que ainda não possuem a rede social, muitos pela menor idade, os pais se encarregam da missão. Atividades para analisar letra de música e falar dos sentimentos já ocorreram. A coordenadora pedagógica dos anos finais do turno da manhã, Fabiane Viana explica que o educandário reconhece e lamenta que nem todos tem acesso à internet, mas mesmo assim os resultados estão sendo positivos. “Eles estão participando bastante e estamos podendo ter ideia do que estão sentindo nesse momento”, avaliou. Além das postagens nos grupos fechados, as atividades ficam disponíveis no feed da escola. Desse modo, aqueles que precisam utilizar o perfil de terceiros podem ter acesso. 

A terceira etapa, que deve ser lançada ainda nesta sexta-feira, trabalhará temas como raciocínio lógico e habilidades. “Nada de conteúdo novo para não prejudicar ninguém”, frisou. Os que não conseguirem ter contato com essas tarefas a Smed promete que eles serão atendidos no retorno, seja através de projetos no turno inverso ou de atividades. “Teremos que estudar como vai funcionar, mas tudo será resgatado”, garantiu a diretora de ensino, que se preocupa em não trabalhar conteúdo para não aumentar a desigualdade.

Expectativa de retorno

Na live desta quinta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) disse que protocolos rígidos estão sendo elaborados, pois a intenção é reduzir o contágio. “Devemos programar o retorno das aulas com prioridade ao ensino à distância, mas com alguma atividade presencial para manter o vínculo dos alunos com a escola”, explicou.

No Estado, Alice Maria, reforça que a coordenadoria está aguardando a reunião com a Seduc para conversar sobre diversos assuntos, entre eles os possíveis protocolos de retorno. O secretário de Educação do município, Artur Corrêa, diz que a pasta está esperando as decisões para serem analisadas, mas tem certeza que elas serão tomadas com base científica. “Visando sempre a preservação da vida”, completou. O Sindicato do Ensino Privado (Sinepe - RS) reforça que a reabertura das instituições de ensino estará condicionada à execução dos protocolos estipulados pelo governo do Estado, à bandeira de classificação definida em cada município e à autorização dos municípios. “As instituições de ensino que estiverem localizadas em municípios com autorização para reabrir e com condições de atender aos protocolos estabelecidos, terão autonomia para definir sobre a reabertura”, salienta o presidente do Sindicato, Bruno Eizerik.

O Sindicato destaca ainda que a definição dos protocolos, bem como a decisão sobre o retorno às aulas é do governo gaúcho e das prefeituras. Eizerik afirma que não cabe ao Sinepe-RS dizer quando as instituições devem abrir, mas trabalhar com o governo para dar a possibilidade àquelas instituições que têm condições de retornar quando isso for possível.

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